Olhar pra ver

"Ao olhar tente ver... Os detalhes mais simples estão em cada gesto, sorriso, lugar, cena, movimento.. inevitavelmente você estará nele, não deixe que eles passem sem serem percebidos, sentidos, vividos..." (Canto)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os brincos e uma carta

Hoje tive tempo
Pra arrumar as pequenas coisas.. há muito guardadas
Tempo esse, que há tempos atrás seria pouco tempo


Pouco pra tantas coisas fazer
Rir do que falávamos
Quase chorar dos textos que líamos, dos filmes que víamos, das músicas que ouvíamos
Chorar de verdade mesmo da nossa própria história de vida, depois de uma taça de vinho..
Falar das atitutes masculinas que você nunca compreendeu
Tentar entender o mundo.. que no fundo era mais fácil do que entender os nossos os próprios questionamentos


No meio de tantas coisas bobas e boas
Dançar Frank Sinatra.. no meio do hipermercado com um distinto Sr. de 80 anos (que lindo foi!)
Ver a felicidade de um Senhor que relembrou seus momentos depois de um longo inverno
Morrer de rir no estacionamento... tanto! até não conseguir mais andar
Tentar pela primeira vez ir a uma balada.. sem ser convidada e ainda dar com os burros n'água..
No fim nos restou rir, pra variar, de nós mesmas


Sem contar as várias saladas de batatas (delícia) regadas a vinho...
E a gente sempre filosofando sobre a vida... aliás, tudo era motivo pra isso... filosofar


O Tempo foi pouco pra você
E hoje, depois de tanta correria... ao ganhar um pouco de tempo..
Encontrei os brincos, que eram seus mas você quis que eu ficasse com eles
Também a carta de 2002.. me encorajando para ter fé
Sem querer me vi naquele tempo


Houve o tempo de quase não acreditar
Houve o de chorar
O de acordar
O Tempo foi pouco pra você!


Agora é tempo de recordar, relembrar com saudades
Com um sorriso no canto da boca e os olhos rasos d'água
Momentos de um tempo cristalizados na memória
Em memória de Dila

Poema sem rima - dono de pequeno exagero

Texto by Meu vizinho Poeta Sylvio Netto
(na íntegra de 24 agosto 2005 - num pedaço de papel, que guardo até hoje)


Se quiser me achar.. Estou aqui e ali
Atrás de meu exagero
Mesmo sem conhecê-lo
Você
Já o sentiu

E me deu por dar... Aquela canção
Que ousou lindamente cantar... Um eterno presente
Que eu lembro
E posso descrever.. Com todas ou algumas..
Formas de exagerar

Exageros que podem
Ser ritos - para cultuar
Ser gritos - para teu coração escutar

Exageros assim:
Eu vi teus olhos
Em brilho
Com a beleza e o próprio
Espetáculo brilho do pulsar
A límpida expressão
De um espelho d'água
Límpido, claro, brilhante
Lindo, tranparente e reluzente
A expandir
Lábio
Boca
E tudo mais

Posso exagerar por toda a noite
Olhando o sol se impor ao dia
Posso exagerar com toda força e letra
E dez, vinte, mil cadernos riscar
Meu exagero é de exagerar
Um espetáculo em acúmulo
A se desprender no ar

Nada porém
Como aquele momento rico
Que ficou vivo
E é dono da Ordem
Pirilampo, raio, sinergia
Riqueza e tesouro
Da minha memória alma

"Eis um artista tal e qual como eu aprecio os artistas: modesto nas suas necessidades, efetivamente, só quer duas coisas: o seu pão e a sua arte" Friedrich Nietzsche - Crepúsculo dos ídolos

Numa reunião de família do meu Vizinho Poeta. Felizes, todos cantaram.. dançaram. Esse texto é só um pouquinho do Universo de coisas que ele escreve.