Amanheceu no último dia do ano...
Pé por pé... sem barulho.. saí do quarto
O espelho do carro foi jeito pra o protetor solar passar
Essa coisa toda pra visita não acordar..
O portão se abriu. Essa hora? Quem é?
Ah.. não tem jeito de parar
O estranho com aparência de "Jesus" (vindo da via dolorosa...) tinha a chave.
Soube depois que pra chegar foi só bola na trave!
O reflexo do sol atrapalhava
E aquele protetor que nunca se espalhava..
_ Bom dia. Disse ele
[Mau dia né] "quer um soro? um balão de oxigênio?"
O rapaz tava acabado! O cabelo emaranhado.. O corpo castigado e o olhar desolado.
_ Bom dia. Foi a resposta
_ Você sabe onde é a casa X? perguntou
[É que o condomínio é grande demais.. Mas melhor ajudar, vai que o rapaz desmaia procurando..]
_ Talvez seja essa.. Mas cuidado pra não acordar o vizinho, bate na porta errada não...
[O rapaz foi! quase acorda o povo... Era a que tava na frente né, o sujeito foi reto...]
_ Acho que aí tem gente... Não seria a outra?
Por sorte a chave abriu a "outra" e tudo certo.
[Ufa.. a última boa ação ano.. pensei..]
_ Você conhece um lugar pra tomar café? uma padaria?
A sensação que colei chiclete na cruz veio como um raio.
[pelo visto ele achava que cafeína só, daria jeito no estado dele...]
_ Tem duas... uma melhor, outra pior...
_ Pode ser a melhor. Respondeu como quem aperta um gatilho.
[Olhei pra ele... Explicar o caminho seria "lavar as mãos" como fez "Pilatos"]
_ Tudo bem, tô indo pra lá. Dou carona.
[Olhei pra ele... Explicar o caminho seria "lavar as mãos" como fez "Pilatos"]
_ Tudo bem, tô indo pra lá. Dou carona.
_ Fechado.
Um estranho Estranho. Um estranho familiar. Um estranho com dó de deixar.
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